Conheça “Bodies of Subversion” e a história feminina da tattoo

Gi Bianco

Tatuadora desde 2018 e apaixonada por arte. Adoro criar tatuagens com significado especial e que nos deixam mais confiantes e poderosas.

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A história sobre as mulheres do século passado e as tatuagens escondia um lado secreto, pouco comentado, mas que foi registrado no primeiro livro sobre a arte da tattoo feminina, o Bodies of Subversion, de Margot Mifflin.

bodies of subversion

Margot Mifflin escreve sobre mulheres, arte e cultura contemporânea. Ela escreveu para o The New York Times, ARTnews, Entertainment Weekly, The Believer e Salon.com, e dá palestras sobre modificação corporal em faculdades, museus e universidades nacionalmente.

Seu livro, lançado em 1997, nos leva para dentro da subcultura do século XIX e é o único que narra a história de mulheres tatuadas e mulheres tatuadoras de forma mais ampla.
A obra ganhou ainda mais notoriedade em 2012, quando pela primeira vez na história, havia mais mulheres tatuadas (23%) do que homens (19%) nos EUA.

Mifflin é grande admiradora da cultura da tatuagem feminina. De acordo com a autora, as tatuagens têm sido “símbolos de empoderamento em uma era de vitórias feministas”.

Além disso, as tatuagens também são como “distintivos de autodeterminação” em um momento em que as mulheres mais refletem sobre quem controla seus corpos.

Alguns fatos interessantes citados no livro sobre a história feminina das tattoos

A tatuagem era uma moda social da classe alta na Europa no final do século 19. A mãe de Winston Churchill tinha uma tatuagem de uma cobra comendo sua cauda (o símbolo da eternidade) em seu pulso.

A moda se espalhou para a América. Em 1897, escreve Mifflin, o New York World estimou que 75% das mulheres da sociedade americana eram tatuadas, geralmente em lugares facilmente cobertos por roupas.

Na década de 1920, as mulheres tatuadas podiam ser vistas em apresentações de shows de horrores e outros atos de circo, onde ganhavam mais dinheiro do que os homens tatuados.

A história de Mifflin avança através do renascimento da tatuagem na década de 1970, quando as mulheres com uma ou duas tattoos começaram a se livrar do estigma de que eram sexualmente disponíveis.

Ela se move com atenção pelos anos 1980 e 1990, quando surgiram as tatuagens na parte inferior das costas, agora conhecidas como Tramp Stamps e uma floresta de kudzu de tatuagens tribais.

A censura enfrentada por mulheres que utilizam a tatuagem para cobrir cicatrizes

Uma das principais mudanças que a indústria viu desde a primeira publicação do livro de Mifflin é a incrível ascensão e importância das mídias sociais.

Quando uma foto de seu livro foi postada online, também chamou a atenção para a sempre presente questão da imagem corporal feminina.

A foto mostra uma mulher de topless que tem uma grande tatuagem para cobrir as cicatrizes de sua dupla mastectomia. Não mostra nada obsceno, mas ainda foi retirado do Facebook.

tattoo dupla mastectomia
Em um artigo de junho de 2013 da revista Skin Deep, Mifflin expressou surpresa por a foto ser considerada indecente: “Mas ainda mais interessante para mim é o tipo de puritanismo americano que diz que a nudez é censurável quando os seios estão na foto…” “O elemento indecente [os seios] foram literalmente removidos”.

A questão do arrependimento da tattoo

Margot Mifflin também aborda a questão do arrependimento da tatuagem. Ela cita uma pesquisa do Archives of Dermatology afirmando que 69% dos pedidos de remoção de tatuagens vêm de mulheres. A maioria realizada aos 20 anos ou mais.

Ainda sobre essa pesquisa, a autora diz que “Suas marcas de singularidade se transformaram em estigmas”.

No entanto, uma pesquisa da Harris Poll observou também que 86% das pessoas que possuem tatuagens estão satisfeitas com elas.

Isso mostra que parte do arrependimento vem de comentários como “o que irá fazer quando estiver mais velha? Isso ficará feio” e coisas assim, mas veja a foto abaixo:

idosa com corpo tatuado

Uma leitura indispensável

O livro, que está em sua terceira edição, conta com 50 novas fotos e imagens, incluindo o trabalho recém-descoberto da primeira tatuadora da Grã-Bretanha, Jessie Knight, tatuagem no pulso de Janis Joplin; e a pastora tatuada Nadia Bolz-Weber.

Como tatuadora, foi fascinante ler e conhecer cada uma dessas curiosidades da história da relação das mulheres com a tattoo feminina.

A obra ainda tem muito mais a oferecer do que este breve resumo que trouxe para você, assuntos como Kat Von D, o impacto dos reality shows na cultura da tatuagem feminina, usos terapêuticos para mulheres que saem de gangues, prisões ou situações de violência doméstica.

Gostou da matéria? Se este livro pareceu inspirador para você e agora quer pensar em uma nova tatuagem, temos um artigo especial para te ajudar com as melhores ideias de tattoo. Vejo você na próxima.

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