Nascida no Kansas em 1877, Maud Wagner foi a primeira tatuadora dos Estados Unidos. Ela começou sua vida adulta como artista de circo, trabalhando em vários circos itinerantes. No início de 1900, enquanto trabalhava na Feira Mundial de St Louis como acrobata, trapezista e contorcionista, acabou conhecendo Gus Wagner.
A história dela é inspiradora e, sem dúvidas, continua sendo referência para muitas mulheres até os dias de hoje. Venha comigo conhecer um pouco mais de sua história.

A vida no circo antes e depois das tattoos
Não demorou muito para que ela ficasse coberta de tattoos, tornando-se uma atração de circo – uma mulher tatuada. Margo DeMello comenta em Inked, Tattoos and Body Art Around The Word, que as tattoos de Maud eram ‘típicas do período’ e consistiam em ‘tattoos patrióticas’ e ‘tattoos de macaco, borboletas, leões, cavalos, cobras, árvores, mulheres’ .
Maud também teria seu próprio nome tatuado no braço esquerdo. Mulheres tatuadas eram uma ocorrência regular em espetáculos de circo; uma mulher mal vestida com seu corpo permanentemente alterado pela tinta era um espetáculo.
Esse fato, inclusive, está descrito no livro Bodies of Subversion, de Margot Mifflin, que fala a respeito do lado secreto da história feminina das tattoos.

Maud Wagner e Gus: a importância para o movimento das tattoos
A arte do "Stick and Poke"
Assim como Gus, Maud também usava exclusivamente o método manual de Stick and Poke ou Hand Poked como é chamado nos dias de hoje e traduzido é algo como “espetado à mão”.
Surgida há milhares de anos, a técnica da tattoo sempre envolveu a utilização de um objeto pontiagudo para marcar a pele, ponto a ponto, com algum tipo de pigmento.
E apesar do fato de que as máquinas de tatuagem estavam se tornando amplamente disponíveis e frequentemente usadas por outros artistas, Maud manteve o estilo stick and poke até o fim. Após seu sucesso em dominar a habilidade, ela a passou a arte também para sua filha, Lovetta.

Curiosamente, Maud se recusou a deixar Gus tatuar sua filha. Isso resultou em Lovetta sendo uma das poucas tatuadoras a nunca ter sido tatuada; um relato sugere que Lovetta decidiu que se ela não pudesse ser tatuada por seu pai, então ela não seria tatuada por ninguém.